Pesquisadores da Universidade Positivo, no Paraná, fizeram uma descoberta promissora no combate ao Alzheimer: o extrato da folha da pitangueira, uma árvore nativa da Mata Atlântica conhecida cientificamente como Eugenia uniflora, possui propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e neuroprotetoras que podem prevenir danos à memória.
Esta doença afeta 35,6 milhões de pessoas em todo o mundo, causando perda de memória entre outros sintomas.
A equipe de pesquisa, liderada por Ilton Santos da Silva, professor de pós-graduação em Biotecnologia, realizou testes com ratos de laboratório, sob as diretrizes do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal (COBEA) e com aprovação ética. Eles dividiram os animais em quatro grupos: um grupo recebeu uma substância que induz sintomas de Alzheimer; dois grupos foram tratados com duas doses diferentes do extrato de folha de pitangueira, após receberem a substância; e um grupo de controle não recebeu nenhum tratamento.
Os resultados mostraram que os ratos tratados com o extrato tinham memórias mais saudáveis, indicando um efeito protetor contra a perda de memória.
Os testes de memória, realizados em um labirinto, revelaram que os roedores tratados com o extrato preferiam permanecer em locais fechados, um comportamento que sugere uma preservação da memória episódica. Isso demonstra o potencial do extrato de pitangueira como um tratamento eficaz a curto prazo.
Além dos estudos sobre a pitangueira, a Universidade Positivo também investiga outras plantas com potenciais propriedades neuroprotetoras, como o mirtilo. Pesquisas adicionais fora do Brasil, incluindo os da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, exploram plantas como o camapu e a Carpolobia lutea por suas capacidades de estimular a produção de neurônios e proteger mensageiros químicos do cérebro, respectivamente.
Dada a limitada eficácia dos tratamentos farmacêuticos disponíveis atualmente – com apenas quatro componentes mostrando algum benefício contra o Alzheimer, segundo a Associação Internacional de Alzheimer (ADI) –, essas pesquisas representam um importante passo em direção ao desenvolvimento de novos tratamentos naturais para a doença.
A equipe da Universidade Positivo está agora focada em expandir seus estudos para entender melhor como o extrato de pitangueira previne os prejuízos de memória, abrindo caminho para potenciais avanços no tratamento do Alzheimer.